sexta-feira, 26 de março de 2010

QUARTINHO DOS FUNDOS



Arrumar o quartinho dos fundos é algo penoso para mim. Penoso porque todo fim é devastador e todo recomeço assusta. Não sei se estou certa quando penso assim, mas sou sincera e é o que sinto. Não pense que estou me corroendo de tristeza. Já não há mais o que corroer. Não pense que vou morrer, morri quando tomei a decisão. Agora é me reerguer como fiz em outras vezes. Voltei a sair de casa, afinal talvez tenha sido por isso que acabei um pouco fisicamente. Sair de casa ajuda a rejuvenescer. Não estou aberta á novo relacionamento por dois motivos, primeiro porque o fim ainda não se concretizou e segundo porque uma coisa está declarada em minha vida: casamento nunca mais. Enquanto ajeito o quartinho dos fundos ouço músicas que me ajudam a entender a situação: Uma delas: "Dei meu coração á tantos, jamais fui santa. Quantos sabem meus encantos, perdi a conta. Possuí um não sei quê. E eu, minha ciência: Viver".
Agora fico a um passo de um pequeno apartamento ou barraco onde poderei ouvir minhas músicas com som mais alto, fazer minha dieta sem interferências e tomar meus remédios sem o risco de assustar ninguém, caso eu venha a cair dura prá trás de repente.(morro de rir).
Catarina tá em silêncio. Não quer opinar. Ela é justa e sabe que a dor espirra para todos os lados. No meu caso dói mais porque ao longo do tempo investi mais no tal negócio. Então eu concluo que: Não vale a pena comprar um cd de música triste agora. Se eu ligar o radio agora eu ouço isso. Música de mulher sofrida como dizia meu sobrinho Xande. Espero que o santo me dê uma benção para continuar. Já arrumei uma terça parte do quartinho.
Minha mãe pediu para eu por a cabeça no colo dela e me fez cafuné. Dormi na hora e sem tarja- preta. Só ela pôde entender, dentro de sua ingenuidade de 84 anos, que uma pessoa, ás vezes precisa colocar a cabeça em outro lugar que não seja o seu próprio travesseiro.
Nesta pausa da arrumação, contas no papel, planos de saldar todas com a honestidade de sempre, vontade de tomar um porre, uma fome imensa e...por fim...uma dor medonha.

Vídeo escolhido para este texto:



Beijos para todos aqueles que de uma forma ou de outra: ENTENDEM.

2 comentários:

Anônimo disse...

E se for alguma dorzinha que incomoda esse peito, que ela passe rápido.....

imenso abraço........

Samira R.

Babel co disse...

Tenho corrido pelo menos três dias por semana, coloco o som no " talo ", faço um esforço tremendo e por fim, eu me disponho a entender algumas coisitias, como, assumir o irreal, legalizar a solução e muitos acreditam que estou melhorando! hum, hum, hum !!! Mesmo assim ainda que assim prefiro tentar .