domingo, 28 de março de 2010

27 DE MARÇO



Ontem, 27 de março, Dia do Teatro e niver de Renato Russo (in memorian). Ele morreu mas a obra ficou. Ele ficou. Catarina dizia que eu parecia com ele. Só porque uma vez eu fui traduzindo letra de "HÁ TEMPOS" para ela entender. Tipo: as metáforas dele foram ficando transparentes em minha tradução. Coisas que passam, mas não são esquecidas.

Parece cocaína
Mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem
Do cansaço e da solidão
Descompasso, desperdício
Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos...

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro...

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso...

Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito...

Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira...

E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens
Que adoecem
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção...

Meu amor!
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem (Ela disse)
Lá em casa tem um poço
Mas a água é muito limpa...



Amo todo mundo igual, mas tem gente que me deixa mais livre para mostrá-lo.
Se eu fosse gritar agora, meu grito acordaria não só a sua casa, mas a vizinhança inteira.
Bjos domingueiros de paixão.
Ass. Judite

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcos , não esqueço e nunca esquecerei que foi com você que aprendi o significado da palavra metáfora mesmo sem você dizer , pois foi te observando e admirando no meu silêncio que conheci esse segredo . Me lenbro também desse dia em que falei de você parecer com Renato Russo nas idéias e isso é fato . Valeu . JAMES